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Carmelitas Descalças de Coimbra

História do Carmelo de S. Teresa

Fundação

O lugar onde o Carmelo de Santa Teresa se encontra hoje era, em 1743, um monte deserto e chamava-se Casal do Chantre.

Diz a tradição que um dia uma jovem, chamada Tomásia Maria, passeava a cavalo e passando por este lugar, caiu do cavalo e pareceu-lhe ouvir uma voz que lhe dizia: “Aqui se há-de construir um convento de Carmelitas Descalças

Anos mais tarde entrou no Carmelo de Aveiro onde tudo se proporcionou para ir com outras Irmãs fundar um Carmelo em Coimbra.

A fundação de um Carmelo na cidade de Coimbra foi muito desejada pelas Autoridades Eclesiásticas e pelo povo conimbricense que muito apreciava o carisma de Santa Teresa de Jesus.

Teve especial influência o Dr. Manuel Francisco, catedrático de Prima na Faculdade de Medicina de Coimbra, que contribuiu para este desejo se concretizasse em 1739, quando onze Carmelitas entram, pela primeira vez, na cidade Universitária.

Durante os quatro anos da construção do Convento as Irmãs habitaram numa casa alugada, no lugar da Arregaça.

A Igreja foi feita em estilo Barroco, assim como o resto da arquitectura do convento, que foi desenhado por Fr. Pedro da Encarnação, Padre Carmelita Descalço.

Até que no dia 23 de Junho de 1744, as “Teresinhas”, como o povo lhes chamava, puderam inaugurar festivamente o novo Convento da Ordem do Carmo. Era este o sétimo Carmelo a ser fundado em Portugal.

As novas vocações foram aparecendo e a comunidade foi aumentando ao mesmo tempo que ia vivendo, com toda a vitalidade e fervor, a sua vida religiosa carmelitana, em favor da Igreja e de todo o mundo.

Porém esta paz não durou mais de um século.

Pairavam já no horizonte de Portugal as ideias liberais que tinham como um dos seus objectivos abolir as Ordens Religiosas.

O Carmelo de Santa Teresa não escapou, mas apesar de lhe serem extorquidos os poucos bens que possuíam, conseguiram, com licença especial da Rainha D. Maria II, manter-se até 1910, ano da proclamação da República.

A 9 de Outubro a Comunidade de Santa Teresa encontrou-se rodeada pelos soldados e completamente isoladas de qualquer tipo de comunicação com os de fora, nem se quer podiam comunicar-se com o Capelão, P. Dr. António Antunes, mais tarde Bispo de Coimbra.

Os soldados expulsaram as Irmãs do seu Convento e ficaram aí instalados até 1946.

As Irmãs, acolhidas por familiares e pessoas amigas, foram pouco a pouco, inserindo-se em Carmelo de Espanha.

Restauração

Em 1933, quando Portugal já gozava de paz e liberdade religiosas, três das Irmãs ainda vivas que estavam em Espanha resolveram voltar a Coimbra para, com a ajuda e companhia de outras três Imãs espanholas, restaurarem a Comunidade e o Carmelo de Coimbra.

Foi numa pequena casa alugada que, com todas as dificuldades inerentes à situação, iniciaram a reforma do seu Carmelo.

Quando em 1946 começaram a soar vozes de que os soldados iam sair do Convento, a Madre Prioresa Maria do Carmo do Santíssimo Sacramento, foi incansável em fazer todas as diligências possíveis e quase impossíveis para o Convento ser entregue novamente às Carmelitas.

Assim aconteceu sendo este o único convento de Carmelitas que o Governo restituiu à Ordem.

As Irmãs viram assim as chaves do convento de onde tinham sido expulsas serem de novo entregues nas mãos daquela que, na altura da expulsão era a Madre Prioresa, Madre Teresa de Jesus.

A Comunidade continuou com renovado fervor a sua vida de entrega silenciosa pela Igreja e pela humanidade.

Muitas foram as jovens que vieram bater à porta do Carmelo de Santa Teresa com desejos de viverem uma vida de entrega radical a Deus. Assim a Comunidade, que Deus aqui desejou fundar, continua a ser uma presença orante no meio do mundo, em favor de toda a humanidade.

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