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Carmelitas Descalças de Coimbra

Prometi a mim mesma nunca mais falar no assunto

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Sou natural de Sobrado, concelho de Castro-Daire.

Neste recanto gracioso vivi até aos 11 anos uma infância alegre, rodeada de todos os carinhos da minha família, altura em que tive que ir estudar para a cidade.

O meu pai pôs a condição de eu não pôr os pés em colégios de freiras… podiam contagiar-me!! A cidade mais próxima era Lamego. Fiquei hospedada no Lar da Juventude pertencente à Acção Católica Feminina o que foi para mim uma oportunidade única para crescer e amadurecer a minha vocação.

Depois de concluir o 5º Ano fui para o Magistério de Viseu, onde me preparei para o ensino e dei aulas durante três anos em escolas do distrito de Viseu.

Como surgiu a minha vocação de Carmelita?

A vocação é um Mistério da bondade de Deus e Ele, em toques quase imperceptíveis vai-nos atraindo.

Em casa os meus avós paternos falavam-me de uma tia que morreu freira ainda jovem, contagiada com uma epidemia. Pelo que ouvia, concebi um pouco a ideia de que é ser freira. Como a minha mãe me educava com todo o esmero na prática religiosa eu gostava muito de rezar. Então o que eu ouvia vinha ao meu encontro.

Aos 7 anos, por isso, senti o desejo de ser freira, mas um dia na minha ingenuidade manifestei-o à minha mãe, ao que ela se opôs determinantemente.

Prometi a mim mesma nunca mais falar no assunto.

Não conhecia conventos, muito menos a vida de Carmelita. O esclarecimento surgiu quando, no início de um período ao chegarmos de férias, cada uma contava as suas novidades. Uma colega contou que foi visitar uma tia freira que vivia num convento de clausura. ” O que é isso?” pensei eu. Ouvi interessada a sua explicação, fiz algumas perguntas e interiormente decidi que era para aí que eu iria. Tinha 14 anos, mas  só podia  entrar sem autorização dos pais aos 21,  era a maior idade ( o que eu  nunca obtive)…Tive que esperar.

Comecei a preparar a minha vinda. Previa um grande alvoroço da parte dos meus pais, familiares e amigos. Nunca tinha acontecido tal na minha freguesia.

Preparei-me psicologicamente para ouvir de tudo… contava apenas confiadamente com a força de Deus.

Por fim a 2 de Fevereiro de 1973 abriram-se as portas do Carmelo para me receberem. Senti-me como peixe na água. Hoje já todos aceitam e compreendem a minha vocação.

Ao longo da minha vida de Carmelita tenho constatado que quando ouvimos a voz de Deus e a seguimos Ele nunca nos falta com o seu auxílio. Todas as dificuldades se ultrapassam, embora da nossa parte seja preciso dar saltos na fé.

No Carmelo encontrei o que desejava: uma vida entregue à oração, um ambiente de silêncio e recolhimento, pela Igreja nossa Mãe, por todos os sacerdotes e por toda a humanidade.

Quem se oferece a Deus oferece o seu nada e encontra Tudo.

Como dizia Santa Teresa de Jesus: “Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta!

 

Ir. Olinda Maria do Menino Jesus

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